O ambiente de negócios brasileiro começou 2025 em ritmo acelerado. Um estudo do Sebrae revela que o país registrou 2,6 milhões de novas empresas apenas no primeiro semestre, o maior número já contabilizado para o período. O volume representa um avanço de 23% em relação ao primeiro semestre de 2024, quando foram abertas 2,2 milhões de empresas, e confirma a expansão consistente do empreendedorismo entre trabalhadores formais e autônomos.
Os Microempreendedores Individuais (MEIs) continuam liderando a criação de novos negócios. Eles representaram 77,3% de todas as aberturas, percentual que reflete crescimento de 24,5% na comparação anual. Já as Microempresas (MEs) responderam por 18,6% das formalizações, enquanto as Empresas de Pequeno Porte (EPPs) concentraram 4,1% dos registros.
Embora o movimento de formalização esteja presente em todo o país, alguns estados se destacam pelo ritmo de expansão. Entre os MEIs, Piauí, Amazonas e Sergipe foram os que apresentaram as maiores altas. Para micro e pequenas empresas, o crescimento ficou mais concentrado em Ceará, Amazonas e Rio Grande do Sul, indicando dinâmicas regionais distintas no comportamento empreendedor.
O setor de serviços segue como o grande motor dessa expansão, concentrando 63,1% das novas empresas. Em seguida aparecem o comércio, com 21,5%, e a indústria de transformação, com 7,6%. Entre as atividades mais buscadas pelos novos MEIs, o transporte de cargas e os serviços de entrega apareceram no topo da lista, ambos com 7,1% dos registros. Já a área de publicidade representou 6,1% das aberturas, reforçando o peso do setor criativo e digital.
Crescimento que traz desafios e novas oportunidades
O salto no número de negócios reforça a tendência de trabalhadores que buscam alternativas para complementar renda, conquistar autonomia ou expandir atividades já existentes. Mas a formalização em massa também acende um alerta para a necessidade de capacitação e planejamento financeiro.
Especialistas destacam que muitos empreendedores enfrentam dificuldades nos primeiros meses, especialmente em relação a fluxo de caixa, organização contábil e cumprimento de obrigações legais. Nesse cenário, soluções de apoio financeiro se tornam fundamentais. O crédito do trabalhador, por exemplo, tem ganhado força ao ajudar novos empreendedores a estruturar operações, adquirir equipamentos ou manter capital de giro enquanto o negócio amadurece.
Ao mesmo tempo, o avanço do empreendedorismo abre espaço para setores tecnológicos e financeiros. O aumento do número de pequenos negócios impulsiona a procura por sistemas de gestão, softwares contábeis, plataformas de pagamento digital e ferramentas que simplificam o cotidiano do microempreendedor. Instituições financeiras também têm registrado maior demanda por linhas de crédito, consultorias e serviços destinados a MEIs, MEs e EPPs.
Um cenário promissor, mas que exige preparo
O recorde histórico do primeiro semestre de 2025 confirma o vigor do empreendedorismo brasileiro. Porém, transformar esse avanço em negócios sustentáveis depende de organização, compreensão das regras fiscais e acesso a soluções financeiras adequadas. Instrumentos como cartão de crédito empresarial, contas digitais especializadas e orientações de consultores podem ser determinantes para evitar inadimplência, impulsionar investimentos e fortalecer o crescimento.
Com a combinação de apoio financeiro, digitalização e qualificação, o país tem a oportunidade de converter o aumento de registros em um ciclo mais sólido de geração de renda e desenvolvimento local. O semestre marca não apenas um recorde numérico, mas um momento estratégico para consolidar pequenos negócios e ampliar sua participação na economia nacional.


