Antes vistos como traiçoeiros e individualistas, os gatos caíram nas graças do público nos últimos anos. Abordaremos neste artigo a ascensão da preferência pelos gatos nos lares brasileiros.
Os gatos são os animais da vez entre os brasileiros. Ao menos, eles têm sido cada vez mais adotados entre a população, segundo um levantamento do Censo Pet IPB. Para se ter uma ideia, em 2020, havia cerca de 25,6 milhões de gatos domésticos no país, número que pulou para 27 milhões em 2021 — um crescimento superior a 5%.
A taxa de adoção desses bichanos também subiu em relação à adoção de cachorros: 6% no caso dos felinos contra 4% dos cães. Não por menos, essa popularização contribuiu para encontrar com mais facilidade produtos para gatos em lojas especializadas e na internet.
Isso porque, em países estrangeiros, eles são ainda mais presentes: nos EUA, 25,4% das residências têm um gato — a população total é de 58 milhões de animais. Já na Europa, eles lideram o topo do ranking doméstico: 26% das casas com animais de estimação têm gatos, contra 25% de cães. No total, há 110 milhões de felinos no Velho Continente.
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Segredo do sucesso
Mas o que justifica esse sucesso atual dos gatos? Até não muito tempo atrás, eles eram vistos como animais traiçoeiros, individualistas e apegados às casas, mas não aos donos. Porém, com as redes sociais, o lado mais admirável dos gatos passou a ser difundido por meio de uma série de vídeos fofos e memes divertidos que encantam o público.
Os tutores, inclusive, listam uma série de motivos para se ter um gato como companheiro de casa. Um dos principais é que eles dão pouquíssimo trabalho e demandam menos tempo e energia para cuidar do que os cães, por exemplo. Afinal, não é necessário levar o gato para passear, e eles são capazes de fazer suas necessidades na caixa de areia sem precisar de muito treinamento.
Além disso, eles costumam se dar bem em ambientes fechados, sendo até uma opção melhor para quem mora em apartamento. Outro fator que pesa na escolha deles para a adoção é o tamanho, já que eles costumam ser menores que a maioria das raças de cachorros, além do comportamento mais ou menos padrão entre todos eles.
Outras qualidades dos gatos é que eles são carinhosos e se apegam aos seus donos, mas por serem mais individualistas, também são menos carentes que os cães. A distração para eles é fácil de ser obtida, já que adoram brincar com fitas, bolinhas, caixas, luzinhas e o que mais estiver ao alcance.
Claro, nem tudo é perfeito. Além de poderem ser muito temperamentais, eles também podem estranhar visitas e o hábito de acordar no meio da madrugada para correr pela casa ou pedir comida. Entretanto, esses são detalhes se comparado aos benefícios que eles apresentam no dia a dia para o tutor.
Consequências da popularização
O maior interesse pelos gatos proporcionou algumas consequências, tanto positivas quanto negativas. Entre as coisas boas, está o fato de que o mercado reagiu à nova realidade e, para dar conta da maior demanda, diversificou os produtos oferecidos para os tutores. Assim, atualmente, é muito mais fácil encontrar opções de alimentos, snacks, brinquedos, caixas de transporte e até mesmo de roupinhas. Um cenário muito diferente do que os tutores de alguns anos atrás encontravam.
Por outro lado, há um aspecto preocupante: o aumento do abandono desses animais. Apesar de não haver dados concretos, ONGs que recuperam animais de ruas ou em situações perigosas relatam que houve um aumento de casos dessa natureza durante a pandemia. Para tentar evitar que situações como essa continuem acontecendo, as instituições têm adotado um criterioso processo de seleção de tutores, avaliando suas condições econômicas para garantir que o animal terá acesso a uma vida de qualidade.