A Playtech é uma empresa de capital aberto com sede na Ilha de Man, dependência da Coroa Britânica. Ela desenvolve software de apostas para cassinos online, casas de apostas e outros empreendimentos que exploram o jogo através da internet.
A segunda edição de seu relatório Jogo Responsável: Insights e Tendências do Consumidor na América Latina disponibiliza interessantes dados sobre o comportamento e as opiniões do público latino-americano com relação às apostas online.
Segundo o relatório, 60% dos brasileiros ouvidos afirmaram que apostaram online nos seis meses precedentes. O documento cita os esforços para regulamentação das apostas esportivas no Brasil, como a Medida Provisória n⁰ 1182, e das apostas em geral, como o Projeto de Lei 442/91. O relatório destaca que, com a terceira maior renda per capita dos países pesquisados, o Brasil é um mercado dos mais promissores para as melhores empresas de apostas esportivas.
Relatório revela informações interessantes
Jogo Responsável: Insights e Tendências do Consumidor na América Latina cita a opinião de José Francisco Cimino Manssur, Assessor Especial da Secretaria Executiva do Ministério da Fazenda, que acredita que, a cada dia que passa, fica mais clara a importância da combinação de regulação legal e iniciativas das empresas de apostas.
Com isso, a expectativa é promover o jogo responsável de forma que os apostadores possam desenvolver uma relação saudável com a atividade e desfrutem de uma experiência verdadeiramente prazerosa, da qual tenham sido removidos os efeitos danosos.
O documento afirma que a comparação entre ele e a edição que o precedeu mostra haver uma clara tendência de aumento do número de apostadores online em alguns dos países pesquisados, como o Brasil e o Peru. Um dos motivos para isso foi a pandemia, durante a qual mais pessoas buscaram opções de diversão online.
O que dizem os brasileiros sobre as apostas online?
Quando foram apresentadas aos respondentes sete opções de atitudes para que escolhessem todas as que, para eles, caracterizavam “jogar responsavelmente” ou, se fosse o caso, respondessem não saber/não ter certeza, a atitude mais escolhida pelos brasileiros (isoladamente ou em conjunto com outras) foi “jogar em sites legalizados“: 60% dos brasileiros escolheu-a.
Apenas 3% dos brasileiros disse não saber em que consiste o jogo responsável ou não ter certeza quanto ao assunto. O relatório aponta essa preferência como um sinal da importância que a regularização das apostas online através da Medida Provisória nº 1182 pode ter para o desenvolvimento do mercado brasileiro.
A maioria joga por prazer e de forma “saudável”
Uma informação interessante é que, à pergunta “você se considera um jogador responsável?”, mais de 9 em cada 10 brasileiros responderam afirmativamente: 46% escolheu a opção “sim, eu jogo por prazer” e 45% respondeu “sim, não afeta minha vida”.
Aqueles que responderam que não se consideram apostadores responsáveis foram 5 de cada 100 (1% disse saber que o jogo estava prejudicando suas vidas e 4% disse achar que o jogo estava começando a se tornar um problema). Os 4% restantes afirmaram não ter certeza quanto ao que é jogo responsável ou não saber se são jogadores responsáveis.
De cinco reações às mensagens de advertência sobre os riscos do jogo, a mais escolhida pelos brasileiros (44%) foi respeitá-las por saber serem do seu interesse. Apenas 13% disse se irritar com elas (5% gostaria de se livrar delas, e 8% acredita que, apesar de irritantes, não prejudicam o prazer da experiência de apostar online).
Interessantemente, os brasileiros apresentaram a maior porcentagem (52%) dos respondentes que já receberam mensagens relativas a quanto estavam apostando. Em segundo lugar, ficou o Peru, com 37%.
Entre 5 meios de receber mensagens de alerta sobre jogo responsável, com a possibilidade de escolherem mais de um meio ou não receberem mensagem nenhuma), os brasileiros escolheram em ordem decrescente de popularidade: WhatsApp/mensagem de texto (42%), e-mail (40%), pop-up (28%), chat (16%), travamento da tela (14%), não receber mensagens (8%) e telefonema (2%).
Mais de três quartos dos brasileiros acreditam que as empresas do setor de apostas podem fazer mais (39%) ou precisam fazer muito mais (38%) para reduzir riscos associados ao jogo. Mais de 70% dos brasileiros acreditam que o governo pode fazer mais (35%) ou deve fazer muito mais (37%) para reduzir riscos associados ao jogo.
O que deve vir pela frente?
Sob o tópico Considerações para o Futuro, o relatório destaca a importância de que se dê continuidade às iniciativas para educar as pessoas quanto a como jogar de forma responsável e conscientizá-las da importância de fazê-lo.
O documento também argumenta que as empresas de apostas esportivas devem estudar formas de usar a tecnologia para identificar comportamentos de risco dos apostadores e prover orientação personalizada, pois é dever do setor como um todo investir na proteção dos jogadores através da disponibilização de recursos eficazes e informações.